Produtor lança a semente da safra de verão

Produtor lança a semente da safra de verão

:: Por Edison Lemos

"Por enquanto está tudo dentro do esperado. Não houve atraso, não houve problema climático, nem de solo. O plantio de soja poderá se estender até próximo de 20 de novembro. Já o feijão deverá ter seu plantio estendido até início de fevereiro, distribuído ao longo da safra. E torcemos que seja mais um ano bom em relação às produtividades".

O panorama de campo expresso pelo gerente agrícola Marcio Copacheski se junta à visão econômica do presidente da Castrolanda para compor o cenário de implantação da safra de verão 2013/2014. "Nós estamos vindo de 2 a 3 anos de resultados muito interessantes na safra de verão tanto em produtividade quanto em preços. Nós dependemos sempre de resultados de outros países, o mercado é global. Mas as perspectivas estão equilibradas. A população mundial cresce e precisa de alimentos. Entretanto, temos que nos precaver. Se hoje temos um preço razoavelmente bom e nós podemos equilibrar os nossos custos fazendo pré-vendas, já que neste momento existem preços interessantes ainda, porque não garantir? Porque nós não sabemos o que pode acontecer o ano que vem", argumenta Frans Borg.

Com plantio iniciado a partir de 21 de outubro na região de Castro, a cultura da soja encontrou condições climáticas favoráveis, com umidade adequada de solo, temperatura favorável, boas chuvas no período, e as primeiras áreas já começam a emergência. Nesta safra a área de soja se apresenta um pouco maior em relação ao ano passado, tendo crescido em torno de 5% em cima da área de milho. O crescimento ocorreu tanto na soja convencional quanto na transgênica. A área de soja convencional cresce em função das bonificações alcançadas pelos produtores, e a área de transgênica cresce em função da boa produtividade. Basicamente todo crescimento de área tem a ver com o atrativo dos bons preços de um lado, e a baixa remuneração do milho por outro lado.

DESAFIO DO MILHO
Mas o crescimento da soja frente ao milho em função da rentabilidade é motivo de preocupação para o setor técnico. "Quando abre mão da rotação de culturas o agricultor fica mais sujeito a doenças, tanto de solo quanto da parte aérea", adverte o agrônomo Rodrigo Namur. Para ele, "se houver uma recuperação de preços de milho a rotação volta a se equilibrar, mas com os produtores abrindo mão da rotação para plantar o que é economicamente mais rentável, e com a área de milho crescendo na safrinha nos estados do centro-oeste principalmente, a nossa área de milho não tende a ter uma recuperação muito rápida. Acredito que nos próximos anos vamos estar com a rotação bem comprometida", lamenta o agrônomo.

A questão da rotação de culturas é vista num contexto ainda mais amplo pela direção da Castrolanda. Na análise do presidente "O avanço da área de cultivo do milho no Centro-Oeste como uma segunda safra para nossa região é preocupante porque nós não somos competitivos perante essa produção. Por ser uma segunda safra ela demanda poucos investimentos e o produto que entra no mercado tem custo bem menor do que nós conseguimos produzir aqui. E uma ameaça que tem para nossa região essa competitividade é que a área de milho na nossa região tem reduzido, e isso é preocupante porque se trata de um sinal que nós estamos saindo de um sistema de rotação para voltar à monocultura. Então a questão da rotação hoje coloca um desafio todos nós: pesquisa, produtor, cooperativa, de buscar uma viabilidade melhor para a cultura do milho na nossa região, através de variedades que não necessitem de tanto investimento, variedades mais resistentes a problemas de qualidade de grão. Em conjunto nós temos que tentar resolver esse problema para não entrarmos em outro, que é a monocultura".

Atualmente em estágio vegetativo a cultura do milho começou a ser implantada no final de setembro e seu plantio se estendeu até o meio do mês de outubro. As áreas desenvolvem-se bem, com clima favorável, umidade dentro do esperado e temperaturas de acordo com o que a planta necessita. Na cultura do feijão as áreas implantadas no início de setembro sofreram um pouco no começo devido as baixas temperaturas. As áreas implantadas em fim de setembro apresentam bom desenvolvimento, sem problemas com insetos e doenças.