Produtor de leite lucrando com cerveja? A realidade criada pelo intercooperativismo

Produtor de leite lucrando com cerveja? A realidade criada pelo intercooperativismo

Notícia publicada originalmente em Gazeta do Povo.

Perto do início dos anos 2.000, a cooperativa C.Vale, no Oeste do Paraná, tinha apenas 0,5% de seu faturamento ligado à industrialização de grãos, leite e carnes entregues por seus 25 mil associados. Hoje, esse índice já chega a 23% e a meta é bater nos 50%. Quanto maior o valor agregado às commodities nas fábricas, maior também a fatia do lucro repassado, que no cooperativismo se chama “sobra”. Em 2021, apesar de quebra na safra de soja devido à estiagem no Sul, “sobraram” para os cooperados da C.Vale R$ 130 milhões – a tal segunda renda com que muitos trabalhadores sonham.

O percentual do lucro que é redistribuído costuma ser decidido em assembleia pelos próprios cooperados. Foi seguindo essa premissa que a Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, distribuiu no início do ano R$ 689 milhões de sobras a seus 30 mil associados, guardando R$ 1,14 bilhão dos lucros para novos investimentos.

Produtores de leite vão lucrar também no mercado da cerveja

Na avaliação de Willem Bouwman, diretor-presidente da Castrolanda e um dos diretores da Unium, a queijaria consolida o conceito da intercooperação, já que, com três cooperativas “o investimento para um projeto dessa magnitude fica mais leve e possível”. O gerente comercial da Castrolanda para São Paulo, Egídio Maffel, resume o que significa a intercooperação: “Só produzir leite e vender matéria-prima não é suficiente para conseguir faturar. Você acaba se entregando como vaca para couro. Hoje, pela intercooperação, nós temos condição de fazer as fábricas girarem e funcionarem. Não ficamos totalmente expostos às variações de mercado, e damos condições para que o produtor continue crescendo”.

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