Fórum de Agricultura I: Modelo de intercooperação da Frísia, Castrolanda e Capal é tema de painel

Fórum de Agricultura I: Modelo de intercooperação da Frísia, Castrolanda e Capal é tema de painel
 
 
A programação do 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, teve início, na manhã desta sexta-feira (24/08), com o painel “Cooperativismo – surge uma nova economia: a economia da cooperação”, com a participação dos presidentes da Castrolanda, Frans Borg, da Capal, Erik Bosch, do superintendente da Frísia, Emerson Moura, tendo como mediador o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile. Os dirigentes cooperativistas relataram os desafios e conquistas do modelo de intercooperação implantado pelas três cooperativas na região dos Campos Gerais do Paraná.

Modelo exemplar – Em 2017, em nova fase do processo de intercooperação, as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal lançaram a Unium, marca institucional para os projetos em que atuam em parceria. As marcas reunidas pela Unium são Alegra (Carnes), três marcas de lácteos: Naturalle – de produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium conta com a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22.000. Juntas, as três cooperativas que uniram forças na marca Unium, congregam 5 mil famílias de cooperados, com um faturamento anual superior a R$ 7 bilhões. “O modelo desenvolvido pela Frísia, Castrolanda e Capal é um exemplo para as cooperativas brasileiras. São boas práticas que nos inspiram e imaginamos os desafios internos que foram superados por dirigentes e cooperados, o trabalho de convencimento, engajamento e também de desapego para que a união de propósitos se concretizasse”, destacou o superintendente da OCB, Renato Nobili.

Longo prazo – Segundo Frans Borg, a intercooperação está nos princípios do cooperativismo e há várias formas de implantá-la. “Quando começamos a investir em industrialização, buscando agregar valor à produção dos cooperados, percebemos que seria loucura cada cooperativa construir sua própria cadeia industrial, pois iríamos ser concorrentes no mercado”, relatou. “Os produtores são a razão de ser do cooperativismo e a necessidade deles é igual nas três cooperativas, por que então não construir algo em conjunto”, questionou. “O segredo é pensar em longo e médio prazo. Se pensar em curto prazo, a intercooperação não acontece”, ressaltou.

Sustentabilidade – Na opinião de Erik Bosch, embora a sinergia entre as cooperativas tenha ocorrido no passado, quando as três atuaram juntas numa central cooperativa, o que explica o sucesso do projeto de intercooperação da Unium é a sustentabilidade dos negócios. “Percebemos que precisávamos voltar a atuar em conjunto, mas por meio de um modelo em que os produtores são os donos do negócio e têm um sentimento de pertencimento do projeto do qual participam. Nesse modelo, a palavra-chave é confiança, transparência e comunicação entre os parceiros”, analisou. Quanto aos resultados, o dirigente cita um relato de uma cooperada que o procurou para falar sobre a Unium. “Ela disse que agradecia a Deus pelo momento em que a cooperativa chegou a sua região, trazendo preços justos para a compra e a venda. São depoimentos que nos motivam a continuar e a aperfeiçoar nosso modelo de trabalho em conjunto”, disse.

Quebra de paradigmas – Para Emerson Moura, para começar a pensar num projeto de intercooperação, é preciso quebrar paradigmas e preconceitos. “São os muitos os desafios para implantar uma ação em parceria entre cooperativas. Não se pode ficar dizendo que o processo é difícil e inviável. É necessário avançar de forma transparente nas discussões do modelo próprio para cada realidade. Outro aspecto é a disposição em discutir sobre as decisões de forma transparente e acatá-las quando determinadas e aprovadas”, afirmou. “Quando se superam os desafios de comunicação, são abertas portas para outros processos operacionais e negócios, envolvendo todas as áreas das cooperativas. No nosso caso, um exemplo são os negócios de compra de matérias-primas para as fábricas de ração”, ressaltou.

A Unium em números
– 5 mil famílias de cooperados
– Mais de R$ 7 bilhões em faturamento anual
– Mais de R$ 800 milhões em investimentos
– 3 milhões de litros de leite processados diariamente
– 115 mil toneladas de grãos moídos por ano
– 3,2 mil suínos por dia e 1,8 mil toneladas de carne industrializadas por mês
– Exportação para 25 países
– 5 unidades industriais em Ponta Grossa e Castro (PR e Itapetininga (SP)
– As marcas da Unium: Alegra (carne suína), Colônia Holandesa (leite e derivados), Naturalle (leite), Colaso (leite e derivados), e Herança Holandesa (farinha de trigo).

Por Ocepar