:: Por Edison Lemos
Uma nova história de ousadia e inovação começa a ser escrita pelas cooperativas ABC (Capal, Batavo e Castrolanda). Com o lançamento da marca “Alegra Foods”, no último dia 23 de outubro, as cooperativas holandesas anunciaram oficialmente que estão chegando ao mercado de carnes com produtos.
Um evento solene realizado na Unidade Industrial de Carnes, em construção no km 2,5 da Rodovia PR 151, localidade de Caxambu, Distrito Industrial de Castro, acolheu os suinocultores investidores do negócio e concentrou os atos de apresentação do conceito da marca Alegra, após visitação às dependências da nova indústria.
Fruto do modelo de negócios aplicado pelas cooperativas Castrolanda, Batavo e Capal, a intercooperação que deu origem à Unidade de Carnes, garante alianças estratégicas em investimentos que oferecem ao cooperado uma alternativa rentável e estruturada no mercado. Além de promover um dos princípios do cooperativismo, operando juntas as cooperativas ganham escala de produção e força nos mercados regional, nacional e internacional. A intercooperação já permitiu às cooperativas ABC colocarem em produção plantas industriais do Moinho de Trigo Herança Holandesa, Unidades de Beneficiamento de Leite, e agora a Unidade Industrial de Carnes, em fase de conclusão.
CARACTERÍSTICAS
O Diretor Industrial da Castrolanda, Popke Ferdinand van der Vinne abriu o evento contando um pouco do histórico do projeto da indústria, apresentou o “time” responsável por sua realização, e que vai coordenar a industrialização, entre eles o Gerente Industrial Ivonei Durigon. Fredy disse confiar que “a marca vai buscar sustentabilidade para os negócios dos suinocultores”, e parabenizou a todos pelo “primeiro passo na caminhada rumo ao sucesso”.
Apresentando a Unidade de Carnes, Ivonei Durigon historiou o cronograma de obra e forneceu algumas características do empreendimento das cooperativas, destacando que:
-Licença ambiental foi obtida em dezembro/ 2012;
-Início das obras de terraplanagem em janeiro/2013;
-Trabalho de fundações iniciado em fevereiro/ 2013;
-Etapa de industrializados deve concluir obras até março/2015, iniciar testes em abril e dar sequência à produção;
-Unidade vai dispor de linha de desossa aérea (processo novo) importada da Holanda;
-Frigorífico deve iniciar com um turno de trabalho e abate de 300 suínos/ hora, ou 50.000 suínos/mês, ou 600.000 suínos/ano;
-A Indústria deverá absorver o trabalho de 600 funcionários;
-A Unidade Industrial conta com sistema de captação de água dos telhados e da pavimentação capaz de armazenar água correspondente a um mês de seu consumo, o que significa uma perfeita interação com o meio ambiente e economia de custos;
-Planejamento prevê até 2025 (dependendo do mercado/disponibilidade de matéria prima /desejo dos produtores e investidores) vencer o desafio de 2.300 iniciais para 4.600/dia.
-A médio e longo prazo o grande objetivo é chegar a 9.000 suínos/dia, enquanto a maior planta do Brasil trabalha atualmente com 6.000 suínos/dia;
-Todas as áreas/setores da Indústria foram projetadas prevendo possibilidade de expansão futura;
JANELA VERDE
A visão detalhista e cuidadosa da agrônoma e paisagista Dorothy de Geus Bouwman colocou a Unidade Industrial de Carnes dentro de um quadro de estética apurado, tendo como moldura a própria paisagem natural do lugar, reforçada por plantas ornamentais e criação de ilhas, espaços e janelas verdes “aqui e ali”. Convidada a dar sua contribuição para a boa apresentação do frigorífico, a paisagista soube amenizar o impacto do complexo de prédios e instalações, transformando-os em parte de um cartão postal grandioso, forte, mas menos rústico.
Doroty demonstrou através de imagens aos produtores convidados toda concepção paisagística empregada no projeto, a harmonia com o ambiente, compreendendo vias de acesso, o tipo de uso do lugar (indústria de alimentos), a preocupação com a sanidade. E ao mesmo tempo inseriu elementos típicos da atividade suinícola, como porteiras de baias de suínos, conferindo identidade própria ao projeto.
Ela detalhou os tipos de plantas utilizadas, como palmeiras e bromélias, as razões dessa escolha, as limitações impostas pela atividade, e a busca incansável pelo “verde” como janela de descanso e revigoramento para os funcionários. Afinal, como observou o superintendente Ivonei Durigon, “o ambiente deve proporcionar benefício e alegria às pessoas que trabalham”.
CONSTRUINDO A MARCA
A construção da marca “Alegra Foods”, foi exposta detalhadamente pelo analista de criação e designer Amauri Castro, da área de Comunicação da Castrolanda. O início do trabalho envolveu a equipe em visitas às gôndolas dos supermercados, sondagens em Curitiba e São Paulo, visita técnica da Diretoria à Alemanha, para observar o que cada marca oferece nos mercados, materiais utilizados, quais produtos ocupam as gôndolas, com que disposição são ofertados, conversas com pessoas tentando entender o que elas esperam desse mercado.
“Fomos atrás das grandes marcas buscando inspiração para que a nossa marca também possa alcançar voos muito altos”, disse ele, relatando que a busca de um nome é algo bastante difícil, visto que apenas no último ano foram registradas 36.920 marcas, e mais de 3.000 marcas são depositadas todos os dias no INPI –Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
O significado desse nome, conforme Amauri, devia se prestar à associações positivas, no sentido de bem estar, sabor. E assim se chegou à marca “Alegra”, nome é de fixação fácil, que soa bem ao ouvido, cuja repetição da vogal “a” no início e fim do vocábulo segue a técnica empregada por outras grandes marcas do mercado, com sonoridade suave, não agressiva, e que “pega” fácil no ouvido das pessoas. Além do mais, Alegra sugere alegria, felicidade, contentamento. Essa marca, segundo ele, foi levada por uma empresa parceira na sua construção a mercados externos como Caribe, Rússia, Ucrânia, Dubai, China, Singapura, tudo para ver como seria recebida. E o resultado foi positivo.
O analista de criação e designer explicou também que, para que uma marca seja forte precisa ter uma dualidade, dois princípios eternos que apelam para a mente e para o coração. Precisa ter simpatia, proximidade, ganhar a confiança das pessoas. Um nome curto, fácil, favorece essas condições. Ele também falou sobre o uso das cores e sua função de estímulo ao paladar, da presença das cooperativas Castrolanda, Batavo e Capal, representadas nas cores azul e verde da marca, e terminou lembrando a todos: “Se as marcas não tiverem raízes dentro da organização, de jeito algum serão fortes fora dela. Nós precisamos abraçar essa ideia. Precisamos nos tornar parte dessa marca”.
O APOIO DOS PRESIDENTES
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VIVENDO A INTERCOOPERAÇÃO
“A construção dessa marca foi um grande trabalho das áreas de comunicação das cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal. É uma felicidade estarmos aqui todos nós juntos. Agora estamos vivendo a intercooperação real. Tenho certeza que vamos crescer muito. Não vamos parar por aqui. O importante é que o início foi dado. E o sentimento de pertencer a esta Indústria está presente em cada um de nós.”
ERIK BOSCH
Presidente da Capal |
VALOR À PRODUÇÃO
“Fico feliz em ver pessoas com tanto entusiasmo. E se percebe que isso é de coração. As pessoas estão vibrando com o que está acontecendo aqui hoje. Esse momento da intercooperação é algo muito virtuoso, porque tem a ver com essa obra vultuosa, mas também vitoriosa. São momentos muito especiais esses que estamos vivendo. Também espero, como produtor, como cooperativa, e até como cidadão, agregar um “v” de valor à nossa produção, à sociedade e a todos aqui presentes.Tenho certeza que vamos construir um futuro onde a gente coopera e intercoopera”.
RENATO GREIDANUS
Presidente da Batavo
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CORAGEM E FELICIDADE
É uma alegria enorme poder lançar essa marca hoje. Tivemos a coragem e a felicidade de chamar as cooperativas coirmãs Batavo e Capal para participar desse projeto inovador e as coisas deram certo. A partir da criação de unidades de negócio pudemos avançar com muito mais leveza nesse projeto. Depois convidamos produtores a investirem junto com as cooperativas no negócio. É uma alegria para nós que o projeto de carnes tenha sido o primeiro, realmente, que as três cooperativas abraçaram para começar juntas desde o zero. Desejo que Deus abençoe cada produtor, cada família, para que esta realmente seja uma história de sucesso”.
RICHARD HENDRIK BORG
Diretor da Castrolanda |