Cooperativas ABC inauguram Moinho Herança Holandesa

Cooperativas ABC inauguram Moinho Herança Holandesa

Por Edison Lemos

Uma grande festa marcou a inauguração do Moinho de Trigo Herança Holandesa pelas cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal, na tarde de sexta- feira, 6 de junho, em Ponta Grossa. Pelo menos 300 pessoas estiveram na festa. Prestigiada pelo governador Beto Richa, a inauguração atraiu políticos de diversos partidos, entre eles prefeitos da região, deputados estaduais e federais, secretários de Estado, e um senador da República. Convidados da cadeia do agronegócio, bancários, técnicos e produtores das cooperativas também compareceram em grande número ao evento.

Ao saudá-los, o presidente da Cooperativa Batavo, Renato Greidanus, anfitrião do evento, disse que o investimento no Moinho nasceu da necessidade das cooperativas darem mais segurança ao associado para produzir, trazendo mais liquidez a toda cadeia do trigo. Ele lembrou que as três cooperativas vem trabalhando e investindo de forma conjunta na agroindustrialização das suas produções, e que as decisões são tomadas por comitês mistos, formados por produtores, gerentes e diretores das 3 cooperativas.

Greidanus destacou que isso já acontece atualmente na cadeia do leite e breve serão três plantas industriais, com a incorporação da indústria de trigo e industrialização de carne suína. Essas alianças estratégicas, de acordo com o presidente da Batavo, contribuem para que as cooperativas tenham mais capacidade de investimento, dando mais viabilidade aos projetos, com redução dos custos, ganhando escala, e deixando de concorrer entre si. O dirigente ainda agradeceu ao governo do Estado os incentivos recebido através do Programa Paraná Competitivo.

O contingente de convidados também ouviu o prefeito de Ponta Grossa comemorar mais uma grande conquista para Ponta Grossa e o Paraná. “Este moinho é motivo de orgulho para todos os ponta-grossenses”, disse Marcelo Rangel. Depois de destacar a cidade como pólo para a vinda de grandes indústrias por sua localização e seu grande potencial industrial, o governador Beto Richa também elogiou. “Acredito que o Moinho vai trazer mais crescimento para a cidade, o Estado e o Brasil”, disse ele.

Localizado no Trevo Vendrami, às margens da BR 376 (saída para Curitiba) o Moinho Herança Holandesa dispõem de alta tecnologia fornecida por máquinas e equipamentos de nível internacional e modernas técnicas de gestão e processos. O objetivo é atender as indústrias de massas, panificação e biscoitos com grande diversidade de grãos da mais alta qualidade e padronização, garantindo ao mercado consumidor segurança e garantia alimentar.

A produção da farinha a ser processada no Moinho levará a marca “Herança Holandesa”, contando com rigoroso controle de qualidade desde a colheita, moagem, e embalagem. Além de atender ao crescente mercado consumidor, irá possibilitar o crescimento da cadeia produtiva do trigo, fortalecendo o agronegócio e propiciando sustentabilidade e pleno controle da produção.

Raio X do Moinho
Resultado da intercooperação entre as cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal, o Moinho Herança Holandesa vai agregar valor a matéria prima gerada pelos produtores rurais filiados das cooperativas holandesas da região dos Campos Gerais.
– Sua construção foi iniciada em abril de 2013, e a obra durou 15 meses;
– A construção ocupou o trabalho de mais de 700 operários e mais de 40 fornecedores;
– As cooperativas investiram um total de R$ 65 milhões, onde a Cooperativa Batavo participa com 50%, a Cooperativa Castrolanda com 27%, e a Cooperativa Capal com 23% do investimento.
– A capacidade de moagem é de 120 mil toneladas;
– Nesta primeira fase a indústria gera 80 empregos diretos;
– De início o projeto visa a produção de farinhas industriais nas linhas de massas, pães e biscoitos;
– Está prevista a ampliação da capacidade que pode chegar a um total de 240 mil toneladas, com um investimento adicional de R$ 25 milhões;
– Recepção e pré-limpeza tem capacidade horária de 18 toneladas;
– O setor de armazenagem compreende 9 silos de 2.500 toneladas, numa capacidade total de 23.500 toneladas;
– A capacidade diária de moagem é de 400 toneladas;
– O sistema de armazenagem é composto de 10 silos com capacidade total para 1.500 toneladas para farinha e 3 silos para farelo com capacidade para 300 toneladas de armazenagem;
– O projeto conta com sistema de carregamento a granel para farinhas e farelos;
– A tecnologia utilizada é de última geração, sendo todas as etapas automatizadas, com infra-estrutura adequada para integração de sistemas de qualidade;
– A planta do moinho conta com prédios administrativos, refeitório, laboratório, oficina, almoxarifado, num total de 12.000 metros quadrados de área construída;

   
Frans Borg
Cooperativa Castrolanda

A estratégia da cooperativa é tentar nessas cadeias de produção onde existe instabilidade e mercado, fazer parte dessa cadeia para que se tenha mais controle sobre os vários elos da produção. A gente busca através da industrialização avançar na cadeia e ganhar estabilidade. Para nós é um negócio novo. Nós vamos aprender com os parceiros. Vamos aprender com a atividade. Nós demos o primeiro passo para sentir, avaliar, para depois confirmando-se que esse negócio está enquadrado na nossa estratégia de avanço, aí sim vamos avançar na cadeia do trigo. Um ponto importante a destacar é que esse é mais um empreendimento da intercooperação. É mais um sinal de que nós estamos entendendo, como produtores, como cooperativa, que juntos sempre somos mais fortes do que cada um sozinho”.
  Erik Bosch
Cooperativa Capal

Nós estávamos trabalhando, num crescimento forte para, no futuro, também entrar na industrialização. Mas como estamos tendo um relacionamento muito bom com as nossas co-irmãs Batavo e Castrolanda nessa intercooperação, todo esse processo se acelerou. Esse é um modelo muito inteligente. Nossas cooperativas conseguiram se reinventar de tal modo que não temos mais aquele peso de uma central. Agora está tudo muito mais enxuto, e isso nos levou à decisão de participar. A gente percebe entre os cooperados uma satisfação generalizada pode-se observar o sentimento de pertencer entre eles. O cooperado sabe que não precisa mais ser dono de uma indústria. Com uma co-participação chega-se ao mesmo resultado. Então eu vejo tudo muito positivo. Nós estamos vivendo um momento realmente diferenciado. Nós conseguimos reunir as três cooperativas de maneira inteligente, sem perda de identidade”.
  Renato Greidanus
Cooperativa Batavo

Tenho certeza que o fato de estar dentro da cadeia do trigo fazendo a produção e participando também da industrialização, acaba-se conhecendo melhor o mercado onde se está inserido. E isso serve de termômetro para balizar preço para o cooperado. Eu vejo que a industrialização através das cooperativas pode dar uma segurança muito maior ao produtor de trigo dos Campos Gerais. O investimento que foi feito pelas três cooperativas nesse modelo de intercooperação é algo que vem a somar aos nossos cooperados. A cultura do trigo historicamente nunca mostrou segurança em termos de produtividade, produção e comercialização. As cooperativas se situando no mercado com esse modelo de produção de farinha, vão dar mais segurança aos cooperados”