Castrolanda realiza 16º Encontro da Mulher Cooperativista

Castrolanda realiza 16º Encontro da Mulher Cooperativista

Evento destaca o poder da mente implacável com Lígia Guerra

O 16º Encontro da Mulher Cooperativista da Castrolanda, realizado no dia 25 de setembro, reuniu cerca de 200 cooperadas, esposas e filhas de cooperados da Matriz e das Unidades de atuação da Castrolanda. Na abertura do evento realizado no Memorial da Imigração Holandesa, na Castrolanda, o presidente da Cooperativa Frans Borg destacou a importância da gestão estratégica da Castrolanda.

"Como dirigente da Castrolanda gostaria de ressaltar que a Cooperativa é uma sociedade de pessoas e para que possamos trabalhar juntos necessitamos de uma comunicação eficiente. Na medida em que há crescimento cada vez mais necessitamos estar alinhados: cooperativa e cooperados. Nas últimas pré-assembleias reforçamos com os cooperados as formas de comunicação da Castrolanda. Hoje voltamos a apresentar este assunto tendo em vista que a mulher é bastante comunicativa por natureza. Então nós enfatizamos a forma estratégica da nossa gestão para que tenhamos total transparência e assim haja uma confiança mútua dentro da nossa sociedade". O presidente destacou os veículos de comunicação da cooperativa e também a importância da participação dos comitês setoriais como representantes do quadro de cooperados da Castrolanda e o SAC com ênfase como ferramenta em que é registrada a solicitação, sugestão e resposta para o cooperado.

PDL – Na sequência as participantes do Programa de Desenvolvimento de Líderes Feminino (PDL) relataram os trabalhos desenvolvidos durante o período do programa. Entre as 26 participantes foram formados quatro grandes grupos e nestes quatro projetos aplicados em segmentos diferentes. O 1º Dia de Campo Feminino, Melhorando a vida na Casa Lar, uma entidade carente do Município, Abrindo Horizontes, um roteiro visitas técnicas, projeto aprovado pelo Sescoop e aplicado durante o 8º Elicoop na Castrolanda e o Projeto de Coração, desenvolvido junto a Apae de Castro. "Uma das atividades dentro do PDL foi o desafio de preparar e aplicar um projeto para o grupo. Tivemos quatro excelentes trabalhos e a essência da liderança se mostra nas atitudes e não apenas em discursos. Passamos 18 meses trabalhando conceitos, habilidades e atitudes necessárias para exercer a liderança", disse o consultor Claudinei Alves.

PALESTRA – Outro destaque da agenda do evento foi a participação da Lígia Guerra com o tema "Mulher: A lei da mente implacável, o que você pensa você cria, o que você sente você atrai, o que você acredita, torna-se realidade". Lígia é psicóloga, especialista em psicologia analítica e do trabalho. Escritora, poetisa, autora do livro "O segredo dos invejáveis", também é colunista do site europeu sediado em Lisboa – Portugal. É a idealizadora e comentarista do quadro "Mulheres às Avessas" da RPC afiliada da Rede Globo. "A 1ª cooperativa que temos é a nossa família, se não houver cooperação em casa não temos laços e compromisso", disse. Já na abertura da palestra ela destacou que o poder da mente nem sempre os psicólogos, psiquiatras e profissionais da área conseguem entender o quanto a mente é forte. "O nosso desafio é trabalhar as ações do dia a dia a dia na percepção humana".

ENCERRAMENTO – O evento arrecadou verba em prol da Escola Municipal de Guararema – Educação Infantil e Ensino Fundamental no interior do Município. O objetivo é colaborar com a manutenção do Parque de brinquedos e compra de revistinhas infantis.

ENTREVISTA LÍGIA GUERRA
CN
– Na abertura do evento o presidente  da Castrolanda falou que as mulheres falam mais, se expressam mais. Até que ponto isso é positivo?
Lígia Guerra – Sim, é verdade. Mas o falar muito não significa falar bem, como abordei na palestra. Falar bem significa se expressar com parcimônia e sabedoria. Quando a fala é construtiva, promove crescimento, união e reflexão. Um bom exemplo é a crítica, quando realizada com generosidade e o desejo sincero de ajudar ela ganha um valor indizível.

CN – Quais características devem ser evidenciadas para o bom desempenho do trabalho em equipe, como no nosso caso o Programa Mulher Cooperativista, onde temos grupos de líderes sendo formados e projetos sendo aplicados na prática beneficiando diversas áreas de segmentos diferentes. Como elas podem ser mais colaboradoras umas com as outras?
Lígia Guerra – Nem todas as pessoas nasceram para ser líderes e isso não deve ser um demérito para ninguém. Infelizmente a nossa sociedade comprou a ideia de que para uma pessoa ser bem sucedida, ela tem que ser extrovertida e líder. Isso, além de ser um absurdo, é neurotizante! Acredito que a liderança é algo que você descobre em si mesmo, das mais variadas formas e em diferentes etapas da vida. Nunca acreditei que ela possa ser ensinada, no máximo pode ser lapidada. O que podemos motivar as pessoas a fazer é identificar, valorizar, desenvolver e usar as próprias qualidades em benefício próprio e do grupo. Essas qualidades também podem ser encontradas em pessoas introvertidas e sem qualquer perfil de liderança. Uma babá, por exemplo, não precisa ser uma líder. Ela precisa ser confiável, carinhosa e dedicada ao processo de educação da criança. Nem por isso ela deixa de ter um valor importantíssimo. Um médico pode ser mais reservado, mas ser extremamente concentrado e eficiente em seu trabalho, embora nem sempre lidere uma equipe. Cientistas, filósofos, escritores, artistas, engenheiros e tantos outros profissionais compreendem muito bem que por vezes é no silêncio, na solitude e inclusive no anonimato que grandes trabalhos são realizados.

CN – E o que você diz a respeito do desafio e campo enorme que se abre para a mulher na atualidade?
Lígia Guerra – Que ela o abrace com toda a paixão! Que a mulher se descubra nesse processo, nas suas atividades cotidianas, reinvente-se, pergunte, questione, aprenda, ensine e viva cada dia como se fosse o único. Isso garante um grau de comprometimento incrível com a vida, a família, a profissão e o crescimento pessoal.

CN – Os homens sabem lidar com as mulheres hoje?
Lígia Guerra – Estão em um processo de reaprendizagem, pois a mulher mudou. Tristemente alguns ainda persistem com alguns preconceitos e comportamentos machistas e ambos, homens e mulheres perdem muito com isso. Felizmente a maioria estimula e admira o crescimento da mulher, abre portas e aposta na nossa capacidade. Esses já compreenderam que a questão do gênero é a menos importante, o relevante é a capacidade e o comprometimento do ser humano. Eu sou fã dos homens. Acredito que eles também estão desenvolvendo novas capacidades e percepções em si mesmos ao lidarem com essa nova mulher.

CN – E sobre o poder da nossa mente. Você tem algumas dicas rápidas para usá-la a nosso favor?
Lígia Guerra – Saber reconhecer o que é desejo próprio e os que são as expectativas alheias. Esvaziar e silenciar a mente através da meditação. Enriquecê-la com novos projetos, leituras construtivas e aprendizados. Educar o pensamento na direção das boas emoções e escolhas construtivas. E, principalmente, não alimentar culpas, ansiedades e medos, mas decidir e agir diante dos impasses da vida. Atitude sempre. Covardia jamais.