As vacas que entram no período de transição – três semanas antes até três semanas depois do parto, estão em uma fase crítica. É um período em que o animal passa por mudanças fisiológicas que exigem uma alta demanda energética e proteica logo após o parto devido ao rápido aumento na produção de leite. Porém, o baixo consumo de matéria seca (CMS), imunossupressão, modificações hormonais, as mudanças com a socialização, mudança de dieta e de ambiente interferem negativamente.Por isso deve ser dada uma atenção maior focada na saúde, produção e rentabilidade da vaca leiteira. Nessa fase, o principal desafio está em garantir boas práticas de alimentação e um bom manejo e conforto para evitar e diminuir a incidência de doenças no início do período de lactação.
De Setembro de 2015 a Outubro de 2016, a Assistência Técnica da Unidade de Negócios Leite avaliou 2065 vacas de 12 rebanhos dos cooperados da Castrolanda através de visitas semanais com uma avaliação do pré e pós-parto e um monitoramento do desempenho desses animais. A pesquisa mostrou principalmente a grande porcentagem (%) de vacas que apresentaram ao menos 1 caso de doença até os primeiros 30 dias pós-parto. Os dados levantados resultaram que 40,3% dos animais analisados já tiveram doenças como Cetose (clínica+subclínica), Hipocalcemia (clínica), Retenção de Placenta, Metrite e/ou Deslocamento de Abomaso.
De acordo com o Analista Técnico, Jorge Henrique Carneiro, esses resultados mostraram que é preciso mudar a forma de manejo. “Vimos com esses resultados que temos muito que melhorar. Precisamos que nossos funcionários sejam capacitados e o monitoramento seja padronizado para entender o que monitorar, quando, como e porque”, afirmou.
Pensando nisso a equipe lançou um novo treinamento inédito pelo programa “Transição Saudável”. Com o apoio das empresas Kemin e MSD financiando parte do projeto, cerca de 25 funcionários de 20 propriedades dos cooperados Castrolanda serão treinados no dia 26 de abril no período da tarde, o treinamento terá a duração de 4 horas. “São propriedades de diferentes tamanhos e realidades, que possuam pessoas chaves que trabalhem direto com essa atividade de gerenciamento das vacas”, afirmou o analista. O intuito desse treinamento é aplicar atividades teóricas e práticas voltadas aos cuidados necessários para um período de transição de qualidade.
Depois de um mês de treinamento, a equipe voltará novamente nas propriedades e farão um novo levantamento para ver como andam as aplicações do aprendizado do curso nas atividades diárias. E após seis meses todos se reunirão para fazermos uma comparação “Benchmarking”, ou seja, uma equipe examinará como a outra está realizando as funções do manejo no período de transição. Funcionando como uma troca de ideias e experiências, com o envolvimento do produtor, dos colaboradores, do veterinário responsável e do técnico da Castrolanda.
A ideia é que o programa seja contínuo e funcione como um modelo influenciador para outras empresas e cooperativas. E principalmente, que o produtor e a equipe técnica comecem a conhecer a incidência destas doenças e o impacto que existe no desempenho produtivo e reprodutivo. Os treinamentos devem retomar anualmente com outros funcionários das demais propriedades com envolvimento dos interessados.
Foto: Thaysa Napoli
